Não era este começo de verão
que estava há espera, entrou chuvoso, fresco como se de uma manhã de primavera
se tratasse. Deus lá sabe o que fazer, contra Ele, nada podemos fazer, apenas
ter a esperança que nos há de ouvir. Não quero reclamar do tempo que se faz
sentir, porque certamente virão dias tórridos de um calor excedente.
Aguardo pelo sol veraneio em
dias que poderei recolher as minhas pequenas hortícolas que com carinho as vi
crescer da terra trabalhada pelas minhas mãos. As roseiras brotam lindas rosas
nos quintais da vizinhança, tudo está em flor. No meu jardim também há verde e
flor, embora com timidez surgem frutos da terra.
Resguardo este sentir para
estas palavras que te dirijo neste fim de linha deste meu escrevinhar nas
quatro estações. Talvez este compromisso que assumi em exaltar as minhas
emoções ao longo de um ano, sirva para acordar sentimentos adormecidos, que
agora, vão dando razão há minha existência.
E como seria de esperar o
calor tórrido chegou, neste verão adiado. É ver as pessoas mais alegres, como
se o calor dos ultravioletas pudesse aquecer a alma. Para mim é a natureza no
seu esplendor parido de terra em flor. Recolher os frutos maduros, saborear
seus sucos, é uma maravilha da mãe natureza, e a água fresca das nascentes
cristalinas, que brotam o que de mais puro nos pode dar.
Agora, que estamos no pico
de verão é tempo de recolher lenha para o inverno que não tarda aí. Fazer as
remodelações que têm de ser feitas, e preparar a casa para nova época invernosa.
Este ciclo que está preste a
findar, talvez tenha sido, o mais conseguido a nível de emoções e de trabalho
criativo. Talvez esta carta me tenha ajudado a encontrar os pontos essenciais
para uma melhor moderação dos meus impulsos terrenos. Sabes amiga, eu
continuarei, se assim Deus quiser, a minha caminhada para o encontro com o
zénite pretendido, sem deixar de corrigir meus erros. Sim os erros, estão
sempre presentes para que possa aperfeiçoar o meu caminho. A vida me ensinou
que a bondade é um dom que deve estar sempre presente nos nossos corações. Não
quero acabar esta carta sem te dizer que todo este ano que passou foi uma
aprendizagem de real valor para minha vida.
Agora que esta carta chegou
ao fim, devo dizer-te que estou-te agradecido por nunca teres vacilado aos meus
devaneios.
Não irei com as andorinhas
no fim deste verão. O meu lugar é aqui neste lugar singelo de onde te dirijo
estas palavras. Quando o sol moderar o seu calor, saberei que o fim de ciclo
chegou, e eu, minha amiga, continuarei aqui enaltecendo o brilho da natureza,
porque no fundo todos pertencemos a ela…
FIM
Aos meus leitores que acompanharam esta carta nas quatro estações, agradeço a vossa atenção.
Estarão sempre no meu coração.
Obrigado!
Quito Arantes in " A Carta nas Quatro Estações "
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