sábado, 22 de fevereiro de 2014

"A Carta nas Quatro Estações"

Capítulo XXVIII

Acordei cedo, como é habitual, e depois de fazer a minha xícara de café arábico, volto a esta carta para te dizer que longos dias têm este inverno serrano. Acho que já o tinha dito. A chuva voltou em força, depois de várias nevadas e pouco sol à mistura. Penso que o pior do inverno já terá passado, e agora espero pelo renascer da primavera.
Como se do nada surgisse, a minha consciência dita que deverei ser o mais ponderado possível, porque viver stressado não é para mim. Apesar de sofrer um pouco por antecipação, quer pensar que também isso mudarei. Não posso projetar um futuro que não sei ao certo se virá a ocorrer. Terei de continuar a viver um dia após o outro com toda a tranquilidade que me é requerida. Aquele ponto de equilíbrio, tipo Zen, não é definitivamente para mim, não está na minha génese, mas poderei sempre melhorar o meu equilíbrio emocional, todos os dias da minha vida.
Estou a tornar-me um guardador de textos. Não quero pensar que estou a escrever para a gaveta, como aconteceu a uns escritos poéticos que só viram a luz do dia passado vinte e cinco anos. Nesta vida, difícil de escritor anónimo, tentarei sempre que os meus manuscritos sejam editados, para mostrar aos meus leitores e futuros leitores que estou vivo literariamente.
A aprendizagem da escrita criativa tem muito que se lhe diga, e eu, penso que poderei fazer melhor todos os dias que me debruço sobre ela.
Sabes amiga, o tempo vai passando e até parece que foi ontem que deixei a cidade, mas já lá vão três anos. Guardo com estima toda a ajuda dos meus amigos (as), que fazem de mim um homem melhor. Estarei sempre eternamente grato, pelo carinho que têm por mim.


(Excerto) a editar

Quito Arantes

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