Capítulo XXVIII
Acordei cedo, como é habitual, e
depois de fazer a minha xícara de café arábico, volto a esta carta para te
dizer que longos dias têm este inverno serrano. Acho que já o tinha dito. A
chuva voltou em força, depois de várias nevadas e pouco sol à mistura. Penso
que o pior do inverno já terá passado, e agora espero pelo renascer da
primavera.
Como se do nada surgisse, a minha consciência
dita que deverei ser o mais ponderado possível, porque viver stressado não é
para mim. Apesar de sofrer um pouco por antecipação, quer pensar que também isso
mudarei. Não posso projetar um futuro que não sei ao certo se virá a ocorrer. Terei
de continuar a viver um dia após o outro com toda a tranquilidade que me é
requerida. Aquele ponto de equilíbrio, tipo Zen, não é definitivamente para
mim, não está na minha génese, mas poderei sempre melhorar o meu equilíbrio emocional,
todos os dias da minha vida.
Estou a tornar-me um guardador de textos. Não quero pensar
que estou a escrever para a gaveta, como aconteceu a uns escritos poéticos que
só viram a luz do dia passado vinte e cinco anos. Nesta vida, difícil de
escritor anónimo, tentarei sempre que os meus manuscritos sejam editados, para
mostrar aos meus leitores e futuros leitores que estou vivo literariamente.
A aprendizagem da escrita criativa
tem muito que se lhe diga, e eu, penso que poderei fazer melhor todos os dias
que me debruço sobre ela.
Sabes amiga, o tempo vai passando e
até parece que foi ontem que deixei a cidade, mas já lá vão três anos. Guardo
com estima toda a ajuda dos meus amigos (as), que fazem de mim um homem melhor.
Estarei sempre eternamente grato, pelo carinho que têm por mim.
(Excerto) a editar
Quito Arantes
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