domingo, 22 de setembro de 2013

Na Rota de Le Patriache

Houvera uma situação que o traumatizara e marcara para sempre; os infetados com o HIV, que tinham tratamento especial. Por último começou a jantar no châteaux juntamente com os portadores do HIV em fase terminal. Na mesa estavam três mulheres com as feições do rosto muito deformadas, era a doença mortífera a evidenciar-se. Marie também lá estava e olhava para Ricardo com ar de admiração. Ele tinha pela frente um esparguete à bolonhesa com um bom aspeto, mas vontade de comer é que não existia. Ricardo observava aqueles rostos martirizados pela doença que ainda pouco se conhecia e que ia matando jovens, sem piedade.
Apesar de lidar bem com a situação dos seropositivos, era sempre importante ter certos cuidados, como as idas aos balneários. O sangue fresco, dos cortes das lâminas de desfazer a barba podiam ser um forte fator de contágio. Alguns colegas de centro viravam-se para ele e diziam: - “ é a sida!”. E ele observava o sangue nos lavatórios que por descuido deixavam por limpar. Mas também havia regras de higiene que eram impostas pelos responsáveis, como a desinfestação dos talheres do refeitório, que eram lavados com lixívia sempre que utilizados.

In " Na Rota de Le Patriache "
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